MAGIA E SABEDORIA - ONDE TUDO COMEÇOU - POVO CELTA
MAGIA
E SABEDORIA DO POVO CELTA
A cultura celta se propagou pela
Europa, e atualmente, é referência no
mundo mágico e espiritual..
Os
povos celtas espalharam-se por quase todo o continente europeu, não formaram um
império, não possuíam um governo centralizado e não tinham um sistema de
escrita, devido a isto, não é possível dar a precisão cronológica sobre seu
surgimento e modo de vida específicos. No entanto, escavações e muitas
pesquisas tentam nos aproximar o mais perto possível da época em que este povo
viveu que seria de 1800 a 1500 a.c., na Europa Central e Ocidental.
Viviam em tribos, não possuíam uma etnia homogênea, a língua e a religião
representavam o elo entre eles. Sua cultura era cheia de magia, espiritualidade
e culto à natureza. Para eles, as
palavras registradas graficamente comprometiam a realidade e a energia dos
fatos, podendo criar interpretações incorretas da verdade.
Para
os celtas, o mundo estava em constante transformação, pois cultuavam a observação
e a adoração da natureza; para eles, o
importante era o presente, o momento, a harmonia e a saúde do corpo e do
espírito.
Qual o papel da magia na sociedade celta ! Como a magia surgiu e se desenvolveu
na sociedade celta !
Acredita-se que tudo foi se desenvolvendo de uma forma espontânea.
Historicamente, foi através da observação da natureza que o homem criou a
religião, passou a crer e a confiar em deuses, em energias superiores que
pudessem protegê-los em situações nas quais se sentiam-se impotente.
O cotidiano celta era repleto de uma magia natural, que acontecia através da
forma com que observavam o mundo. Para os celtas, o mundo físico e espiritual
eram um único mundo; não havia separação entre o natural e o sobrenatural. Eles
enalteciam o universo natural, reconheciam seu valor na sua energia. A sua
mitologia e religião estavam centraliza, representando o amor, a morte, a
sexualidade e a fertilidade.
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Dentro da sociedade celta, a mulher dominava a religião. Podia ser uma
guerreira e podia escolher o seu parceiro. Quando ela se casava, trazia para o
casamento seus bens, e se eles fossem superiores aos do marido, ela se tornava
chefe do casal. Há ainda uma coisa importante para se dizer com relação a
concepção de união eterna e fidelidade, nem de traição. No casamento, privilegiava-se
o amor, ao mesmo tempo em que o casamento era visto como um contrato que
poderia ser rompido, pois existia o divórcio.
A
primeira grande lição que os celtas nos dão é a da observação e do respeito
pela natureza. Levavam sempre em consideração a Roda do Ano (estações), os
elementos da natureza, os pontos cardeais, o Sol, a Lua, e valorizavam a
energia de tudo o que os rodeava. Eles reconheciam a energia dos elementos da
natureza. A terra, o ar, o fogo, e a água são representações e formas diferentes
de energia, e a partir desses elementos todas as coisas são formadas. É o que
chamamos de energia elemental, seres do mundo espiritual cuja tarefa é dirigir
o poder divino para as formas da natureza.
As
pedras eram consideradas como as energias espirituais mais antigas da Terra, e
guardavam ensinamentos profundos, que eram revelados quando eram reverenciadas.
Toda a Bretanha, Irlanda e Grã-Bretanha possuem pedras verticais espalhadas por
diversas regiões e em tamanhos diversos. Os celtas se relacionavam com os
elementos e com os seres elementais em seu cotidiano e em rituais de magia. A
própria mitologia celta nos dá provas disso quando relata histórias nas quais
os heróis se perdem em outro mundo onde habitam os elementais.
A
religião celta possui algumas características xamãnicas, pois estava sempre em
contato com a natureza e os seus espíritos. Para eles os animais possuíam dons
especiais para a cura, os quais davam também grandes lições de vida. Animais
totêmicos representavam as tribos Celtas e serviam como proteção. O ogham,
alfabeto celta utilizado pelos druidas, é conhecido como alfabeto da árvore, no
qual cada letra representa uma árvore com energia e características
específicas. Os druidas, como os xamãs, recebiam revelações por sua interação
com o Outro Mundo, praticavam a adivinhação e faziam o uso do tambor, da dança
e do cogumelo amanita buscaria em seus rituais.
Em todos os conceitos celtas encontramos grande lições que podem nos auxiliar a
viver melhor. Um de seus mais sábios conceitos é o de que o tempo está e estará
a nosso favor, nos oferecendo oportunidades que, muitas vezes, devem ser
compreendidas em alguns segundos, mas que podem transformar qualquer coisa.
A
filosofia de vida celta era muito simples: observar as grandes lições da Mãe
Natureza, o que é uma grande dificuldade para o homem moderno. Para eles, a
vida era um eterno movimento cíclico de transformação permanente: nascemos,
crescemos, morremos e renascemos. Há o momento certo para cada coisa: arar a
terra, semear, colher. As estações do ano são a prova da Natureza de que
sempre, após um inverno rigoroso, há a chegada da primavera. Eles nos mostram
que é preciso aprender perder agora para ganhar depois.
Cada
problema ou situação difícil, cada “doença” contém uma bênção para a cura e
liberdade. Os celtas acreditavam que podemos, com responsabilidade e respeito,
acionar os planos superiores, o Outro Mundo. Para, eles, o Outro Mundo, com sua
graça de mistérios, está em nosso interior. Toda pessoa possui dentro de si uma
chama, uma fogueira tranqüila, uma alma. É preciso perceber a sua alma,
realizar uma ligação com a sua chama interior, mostrando que é preciso estar
sempre ligado à sua própria essência.
Outra
coisa muito bonita e importante nos ensinamentos celtas é o valor que eles
davam à amizade. Para esse povo, uma amizade ultrapassava qualquer fronteira,
qualquer plano. Existe a expressão gaélica que retrata muito o valor que davam
à amizade, anam cara (amigo da alma). O conceito de amizade deu aos celtas a
idéia de companheirismo, solidariedade, fidelidade, amizade profunda e
especial. Além de seus conceitos sobre a vida, o universo mágico celta pode nos
auxiliar a adquirir mais equilíbrio, tranqüilidade, vigor, prosperidade,
coragem e amor em nosso dia-a-dia, através de suas antigas práticas de magia
com elementos da natureza. A natureza está aí: é só acionar a sua energia.